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Mostrando postagens de outubro, 2017

Saindo do Brete

Em 2012 a empresa onde trabalho passou a oferecer licença não remunerada aos tripulantes. Esse era um desejo antigo meu. Há muito tempo vinha dizendo que se me fosse oferecida uma licença agarrava sem pensar. Até que ofereceram. Aí deu um medo danado - É aquela velha história do “cuidado com o que deseja...”. A decisão de aceitar a licença ou não ficou baseada em dois fatores:De um lado o coração e de outro o medo. O coração fala tudo aquilo que a gente lê nos livros e ouve nas músicas: 'A vida tem que ser vivida agora', 'arrependa-se do que fez e não do que não fez', 'viva o seu sonho!'  Já o medo tem o pé cravado no chão: E se a empresa não precisar mais de ti após a licença? E se a grana faltar? E se todo mundo achar que você é um vagabundo?  Bom, vencemos o medo. Eu tirei a licença e foi maravilhoso. Passamos quatro meses morando a bordo pela região de Ilha Grande e Paraty incluindo nisso a ida de Porto Alegre até lá e um retorno de Flo

Despedida do Aruna

Lentamente, bem mais lenta, do que esperávamos, estávamos resolvendo o emaranhado de questões que envolvem uma viagem como a nossa. Um dos pontos mais importantes era a venda do nosso querido Aruna. Entretanto, em meio a uma enorme crise econômica e política, as propostas foram poucas e todas envolvendo trocas. E, uma vez que precisávamos  de dinheiro, não adiantava  nada ficarmos sem barco mas com uma cobertura em Capão da Canoa ou um loft no Morumbi. Nesse meio tempo, surgiu uma proposta do nosso amigo Germano da Wind Charter. O barco seria comprado pela Wind junto com outro investidor e passaria a ser utilizado nas operações de charter. Proposta feita, proposta aceita. Aproveitando umas folgas minhas e a semana de férias das crianças resolvemos sair para uma velejada de "despedida" do Aruna, uma vez que nos próximos quinze dias ele seria levado para Paraty. Dia quente para o inverno gaúcho, com céu azul e pouco vento e lá fomos nós para um pernoite na

A Escolha do Barco

Porque comprar um Lagoon 42? Porque um barco tão caro que vai comprometer uma parcela tão grande do nosso orçamento ? É claro que existem vários barcos mais baratos. Com certeza um investimento menor no barco nos deixaria mais tranquilos com relação às nossas finanças, com mais margem para gastar com despesas extras. Além disso poderíamos aproveitar a viagem sem ter um compromisso tão grande com o orçamento mensal. Sobraria mais dinheiro para passeios, restaurantes, aluguel de carros e coisas assim. Então porque escolher um barco mais caro? Na verdade uma série de fatores nos levou a tomar essa decisão. E só o tempo vai dizer se ela foi a mais acertada. Primeiro a questão da escolha por um catamarã. Resolvemos comprar um sem nunca termos velejado nesse tipo de barco. Na verdade, com relação ao Lagoon 42, nós nunca nem vimos o barco ao vivo! Mas depois de alguns anos velejando em monocascos eu sabia de algumas coisas que queria e outras que não. Por exemplo um

Biguá - O porquê deste nome

Biguá é um pássaro. Bem feinho, mas simpático. Ele está presente no lago Guaíba e na lagoa dos Patos, então sempre que a gente saía para velejar por aqui via os Biguás nas margens, voando em formação ou mergulhando para pescar (eles são ótimos mergulhadores). Quando fomos escolher o nome, apareceu a idéia do Biguá. Algo que nos remeteria às nossas origens, no Rio Grande do Sul. Também imaginamos que dificilmente apareceria outro veleiro com este nome, principalmente fora do Brasil. Aí resolvemos pesquisar mais sobre a ave e qual não foi a nossa surpresa ao descobrir que o bichinho havia sido o primeiro logotipo da Varig - empresa amada por todos os brasileiros, em especial os gaúchos, em particular  um brasileiro, gaúcho e Piloto da Varig! O nome estava escolhido, o logo veio praticamente pronto (demos uma modernizada nele). Tinha tudo a ver com a gente! Aqui coloquei uma foto histórica de um planador da escola da Varig, lá nos idos anos 40, o Biguá.

Quando começa uma viagem em família? (uma breve apresentação de como tudo começou)

Por definição, família significa um grupo de pessoas unidas por laço de parentesco (sangue ou aliança). O termo também se refere a um grupo de indivíduos que têm os mesmos interesses. Então, aqui se conclui que somos uma família: temos o parentesco e alguns interesses em comum. Mas também somos muito diferentes uns dos outros, e isso torna nossa família algo muito interessante: como se um completasse o outro. Há respeito e amor nas nossas relações. Alguns desentendimentos também acontecem...mas somos todos  “da paz” e isso não chega a atrapalhar. No inicio eramos só dois : Alessandra e Marcio. Tínhamos um veleiro ,o Kanaloa. Nele tivemos nossas primeiras experiencias velejando no Lago Guaíba, em Porto Alegre, na Lagoa dos Patos e nossa maior velejada foi até São Francisco do Sul, em SC. Depois nasceu o Henrique. Chegamos a cogitar um barco maior e sair por aí nós três. Mas o medo e o apego foram maiores. Acabamos vendendo o Kanaloa quando o Henrique tinha uns 2 anos de idade.