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SARDENHA - COSTA ESMERALDA


Chegar à Sardenha foi uma grande conquista para nós.
Chegamos a cogitar não ir até a Itália.  
Quem veleja sabe que tem que seguir um calendário que não é o calendário normal. Usamos aqui as épocas do ano e os fenômenos climáticos para nos guiar. 
Então estávamos com receio de ir à Itália e nossa vida virar uma corrida contra o tempo a partir daí.
Mas nosso planejamento envolvia ir até lá.
E o Henrique e a Carol queriam (MUITO!) conhecer Roma. Então nós resolvemos ir. 
Que venha a correria!

Saímos de Menorca numa quinta feira perto do meio dia, na sexta feira às 4h da manhã cruzamos a linha oceânica que divide Espanha e Itália  e no sábado, dia 11/08 olha nós aí já na costa norte da Sardenha ( Baía de Santa Tereza):



Para chegar até aí, passamos o temido estreito de Bonifácio.
 Tão temido que o seguro do barco não dá cobertura nesta região.
 Para nós foi bem tranquilo. Cuidamos muito a previsão do tempo para passarmos por ele sem problemas.


A Sardenha foi nosso primeiro contato com os Italianos nesta viagem.

E é engraçado para nós, pois temos "Passaporto  Italiano"!! E não falamos nada do idioma.
A primeira parada foi em  Capo Testa, numa praia chamada de praia de Santa Tereza.



Ancoramos o Biguá e saímos com o bote para ver como era: Uma praia bem grande, com muita gente! 
Bastante pedras e um pequeno píer para amarrar o bote. A água bem transparente, na praia um barzinho vendendo sorvete e lanches, super movimentado!
 Caminhamos e encontramos alguns restaurantes,  um mercadinho com frutas, legumes e pão fresco. Dá para se virar bem. Próximo dali tem uma Fermata (que é o ponto de ônibus) .   
No dia seguinte foi o Dia dos pais.
Depois de toda a comemoração (acordar, dar beijos, cartão, preparar café - especial - de – dia – dos – pais), levantamos âncora e mudamos para outra  praia, chamada Liscia.





É uma praia bem grande. Olhando com o binóculo, vimos duas áreas de concentração de pessoas.
 Fomos de bote até lá: entendemos porque as pessoas não ficavam caminhando pela praia. Ou estavam perto de um estacionamento ou do outro.

A areia da praia é grossa, ou melhor, são pequenas pedrinhas. Muito gostosa, por sinal. Mas como é muito fofa, é bem difícil de caminhar por ali.


Então se escolhe um lugar e fica lá. 
A água é um deslumbre. Tem uns tons em degradê, olha só:


Na segunda feira, zarpamos em direção à Ilha Madalena. Queríamos parar lá, mas não havia a menor condição: só marinas, mega Yachts ( e nós achando que tinha muito mega Yacht nas baleares! Acho que aqui tem mais!), a cidade é bem grande e o porto muito movimentado


Desistimos de tentar algo ali e resolvemos seguir a dica da Michele, irmã do Márcio e ir conhecer a cala Coticcio.

 Meu deus, o que é essa água?!!!!


O lugar é incrível, água morna e transparente. Porém, é ferragosto!!!!

 Na foto não dá para ter idéia da quantidade absurda de gente que tinha aqui

Percebemos algumas diferenças na hora de ir até as praias Italianas. Aqui não há lugar na praia para entrar com o dingue. Os dingues ficam amarrados ou ancorados longe das praias, ou o pessoal vai até a praia nadando mesmo.



Não ficamos nessa cala, conhecemos, nadamos e saímos para um lugar com menos gente e mais paz.

E a escolhida foi, Cannigione!

Uma grata surpresa, com direito a píer de atracagem,


cidade linda e urbanizada, lojinha náutica ( = gás), sorveterias, restaurantes legais,


e três ( TRÊS!) supermercados bons!!!



O paraíso na Terra. Até lugar para praticar tinha!!




Ficamos uns 3 dias aqui, abastecemos o barco, lavamos roupas , compramos gás e partimos para a próxima ancoragem na Sardenha: Cala Degli Aranci.

Sabe quando a gente acha que nada mais vai surpreender?
Esta cala é enorme. 
Tem uma parte cheia de praias com água maravilhosa e outra parte com porto e cidade.
Escolhemos ficar na parte da natureza .
Mais uma vez enfrentamos o não ter como ir à praia, pois  não tem lugar para parar com o bote. (maior defeito das ancoragens aqui na Itália)



Na volta do nosso passeio de bote sem descer em nenhuma praia, chegamos no Biguá e a âncora tinha “garrado” (quando a âncora não se prende corretamente ao fundo deixando o barco correr). Resolvemos sair e ir para o lado da cidade.


Ali descobrimos uma cidade pequena, mas mega chique, super urbanizada e muito animada!





Adoramos o Golfo Degli Aranci, que tem um museu submarino,



 uma sereia que emerge das águas todos os dias,



 e muito, muito charme!


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